Mulheres guerreiras e o ciclo da vida: UniSantaCruz recebe exposição Negras Mães

O Mês da Consciência Negra, promovido em novembro, reforça um momento de reflexão sobre o combate ao racismo e de celebração da rica cultura afro-brasileira para a sociedade. E para homenagear o mês e toda a cultura, o Centro Universitário Santa Cruz recebeu o Projeto Negras Mães, a exposição fotográfica que mais do que evidenciar as pessoas negras, retrata mulheres negras guerreiras e faz alusão ao ciclo da vida. O projeto começou em novembro de 2020, com mãe e filha fotógrafas, Cris Camargo e Monique Camargo, retratando mulheres negras grávidas, mas a cada ano, passou a mostrar as novas fases dessas mulheres fortes e que carregam consigo beleza e uma cultura esplêndida. De acordo com Cris, idealizadora da exposição, o projeto passou por duas fases. A primeira fase, por meio de um ensaio afro temático, o objetivo do projeto era levar aos olhos do público a representatividade da mulher negra, principalmente a fase gestacional. Neste momento, a ideia era “elevar a grandiosa fase da maternidade e seu belo momento que carrega a beleza da vida e a sabedoria que que gera a nova vida”, disse Cris.

Na segunda edição da exposição fotográfica, o projeto trouxe diversidade e a beleza das mães, pais e seus bebês. “O projeto promove e valoriza a mulher negra e sua experiência na maternidade”, esclareceu a idealizadora do projeto.

Desde a gestão até o crescimento dos bebês, as imagens de Cris retratam o ciclo da vida | Foto: Cris Camargo

“A exposição inicialmente ia acontecer somente com as mulheres gestantes, mas acabou que ano a ano a gente fez uma releitura dessas imagens, trazendo, literalmente, as fases da família, que são a história sendo contada. E não só a história passada, mas a história atual”, explicou a fotógrafa.

Segundo Cris, as fotos que expostas são das mães gestantes, depois com seus bebês e com os pequenos com três anos. “A gente buscando trazer um momento diferente e mostrar que a história continua a ser contada”.

Como ressaltou Cris, o Brasil é um país miscigenado, ou seja, a grande maioria da população é negra. “Como fotógrafas de família que trazem essa referência histórica, fazia todo sentido retratarmos isso. A gente realmente quis mostrar a origem da nossa cultura e promover essa exposição voltada para as mulheres negras”, disse.

Para a fotógrafa uma das coisas que mais a surpreendeu no início do projeto foi a dificuldade de encontrar referências para montar a exposição. “Nós não encontrávamos informações e materiais que trouxessem esse lado bonito, esse lado da história, esse lado da vida e do renascimento. Sempre que procuramos algo da cultura negra encontramos algo sobre o passado mais duro, da escravatura. Então a gente quer contar a história além dessa referência”, reforçou. “Queremos mostrar as famílias, as mulheres guerreiras”, acrescentou. 

A exposição do Projeto Negras Mães fica no UniSantaCruz até quinta-feira, 23, e merece ser vista e contemplada!