CARACTERÍSTICAS DAS FAMÍLIAS NAS CASAS LARES, ATRAVÉS DA OBRA “A CIDADE ANTIGA” DE FUSTEL DE COULANGES

  • Fernando BARROS
  • Patrick Juan COLAÇO
  • Raphael MONTEIRO
  • Maria Julia VILLANELO
Palavras-chave: Cidades-estados. Família. Greco-Romana. Casa. Fogo Sagrado.

Resumo

Na inicialização das Cidades-Estados/Gens, na cultura greco-romana, através da obra “A Cidade Antiga”, cita que a casa abrigava um altar, onde deveria haver sempre um pouco de cinza e carvões acesos. Era obrigação sagrada, para o chefe de cada casa, manter aceso o fogo dia e noite, e infeliz da casa onde se apagasse este fogo. Logo pela manhã, o primeiro cuidado era reavivar o fogo, e alimentá-lo com ramos. O fogo não cessava de brilhar diante do altar, senão, quando se extinguia toda uma família. O fogo representava um deus que mantinha a vida do homem; um deus rico, que o alimentava com seus dons; um deus forte, que protegia a casa e a família. Em presença de algum perigo, procurava-se nele o refúgio. O homem não saía jamais de casa, sem dirigir uma prece ao fogo sagrado; de volta, antes de rever a mulher e abraçar os filhos, devia inclinar-se diante do altar, e invocar os manes familiares. Era costume muito antigo enterrar os mortos nas casas, e nos tempos mais remotos, o túmulo ficava dentro da propriedade da família, no centro da casa, não longe da porta “a fim de que — diz um antigo — o filho, entrando ou saindo de sua morada, encontrasse todas as vezes os pais, dirigindo-lhe vez por vez uma invocação. Assim, a religião não residia nos templos, mas nas casas; cada um tinha seus deuses; cada deus protegia apenas a uma família, e era deus apenas de uma casa. Durante o dia, a família reúne-se para as refeições, que dividem piedosamente depois da prece e da libação. Não se pode supor razoavelmente que uma religião com tais características fosse revelada aos homens pela imaginação poderosa de alguém, ou que fosse ensinada por uma casta de sacerdotes. Ela nasceu espontaneamente no espírito humano; seu berço foi a família; cada família fez seus próprios deuses. As antigas gerações de homens, possui cada casa um altar, e ao redor desse altar a família reunida. Ela se reúne cada manhã, para dirigir ao fogo sagrado suas preces; e cada noite, para invocá-lo uma vez mais. Em todos esses atos religiosos, a família canta em comum os hinos que seus pais lhe ensinaram.
Publicado
2017-01-26