Palavras-chave:
Movimento Estudantil. Mobilização de Estudantes. Educação. Manipulação Política.
Resumo
O Movimento Estudantil no Brasil surgiu em 1901, com a criação da Federação dos Estudantes Brasileiros. Seu principal objetivo visava à defesa da qualidade de ensino, do patrimônio nacional e da justiça social, conclamando as principais lideranças estudantis a participarem ativamente de mobilizações em todo o país. O 1º Congresso Nacional de Estudantes ocorreu em 1910 e levou à criação, em 1937, da União Nacional dos Estudantes – UNE. Naquele ano, a UNE criou a carteira única do estudante e lutou por seu reconhecimento como entidade máxima de representação estudantil. Passando por uma fase socialista no final da década de 40, liderou campanhas nacionais contra o alto custo de vida, em defesa da indústria siderúrgica nacional e aderiu à campanha “O Petróleo é Nosso”, que resultou na criação da Petrobrás em 1953. Em 1956 organizou a “Passeata do Silêncio”, contra a censura de imprensa. Em 1968 organizou a “Passeata dos 100 Mil”, contra o regime militar e em 1979 reivindicou mais recursos para universidades, a defesa do ensino público gratuito, além da libertação de estudantes presos durante o regime militar. Em 1984 liderou a campanha das “Diretas Já” e em 1992 teve papel predominante com os “Caras Pintadas”, exigindo a renúncia do Presidente Fernando Collor de Mello. Lutou contra o neoliberalismo e contra a privatização e, na seara da Educação em si, lutou contra as altas mensalidades no ensino particular e contra o Provão. Exerceu forte impacto na eleição do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e defendeu a reforma universitária, resultando nos programas ProUni, ReUni, FIES, Lei de Cotas e em bolsas de estudo. A UNE tem ainda organizado movimentos de estudantes negros, mulheres, LGBTs, em prol do passe livre para estudantes e conseguiu em 2014 a aprovação do Plano Nacional de Educação, que garante 10% do PIB para a Educação. O que se percebe é que o Movimento Estudantil tem atuado fora do seu escopo, sendo manipulado por professores e lideranças políticas. Uma crítica a ser feita é que a principal função dos estudantes é estudar, ir atrás de conhecimento. É necessário conhecer para então agir. Os jovens, como indivíduos e cidadãos ainda em formação, são facilmente influenciados e doutrinados por professores e líderes políticos, pois ainda não têm formação completa para poderem decidir sobre questões tão importantes e que se lhes fogem à compreensão imparcial dos fatos. Por mais óbvio que seja dizer que os jovens são o futuro do País, menos óbvio parece dizer que eles são o futuro e não o presente. Primeiro deve-se aprender, estudar, adquirir conhecimento aprofundado e experiência do, para então agir da forma mais eficiente, eficaz e produtiva possível. A sabedoria vem da observação pensada e não da ação impulsiva. Toda ciência séria parte da observação feita por gente altamente qualificada, com preparação e empenho ao longo de muito tempo, as quais somente após a obtenção de dados qualitativos e quantitativos proferem sua observação e agem em conformidade com seus objetivos. E esta sabedoria, definitivamente, não está presente nos estudantes.