DEPRESSÃO: NÃO É UMA QUESTÃO DE MORALIDADE
Palavras-chave:
Depressão. Moralidade. Sociedade.
Resumo
Atualmente, o tema acerca da depressão é muito debatido tanto pelas elevadas taxas de suicídios, quanto pelos tabus morais historicamente construídos e que de certa forma apresentam-se intrínsecos na sociedade. Como fato, é necessário entender suas causas e consequências, e de que maneira, uma patologia cada dia mais presente na sociedade, afeta não somente o individuo doente, como também, influencia na saúde pública e na sociedade como um todo. Desta maneira, apresenta-se como objetivo desta pesquisa trazer o entendimento acerca dos fundamentos da depressão, compreendendo os vetores que a originam, suas possibilidades de cura e as características de uma pessoa que venha desenvolver a doença. Segundo Sílvia Ivancko, psicoterapeuta e psicóloga do Instituto de Cancerologia de São Paulo "A depressão é um problema de saúde pública, e será o mal do século 21, juntamente com a síndrome do pânico". Hodiernamente vivencia-se o problema do jogo baleia azul que ao propor 50 desafios diferentes seduz jovens com depressão a cometerem suicídio. O índice de jovens com depressão, principalmente na transição entre adolescência e fase a adulta, é muito grande, porém é importante salientar que a depressão é uma doença que não possui idade específica para apresentar-se, assim pode se manifestar desde a infância até a melhor idade. Contudo, a ignorância acerca do assunto é muito grande, e muitas pessoas evitam até mesmo falar sobre a questão, ainda que uma grande parcela dos adultos possua a doença, na maioria das vezes a mesma acaba não sendo diagnosticada pela pouca importância dada ao tema, pelo próprio doente ou pelo seu meio familiar. Faz-se necessário atentar-se aos fundamentos da depressão como sendo uma doença que possui cura e vetores em seu desenvolvimento. Para Aristóteles, filósofo da antiguidade, o homem na sua natureza tem como objetivo o alcance da eudaimonia, termo traduzido no geral como felicidade ou bem-estar. Se for da natureza do homem alcançar a felicidade e bem-estar, aquele que não o faz vai contra as leis da própria essência individual e social, sendo assim, considerado imoral. É desta maneira que a depressão muitas vezes é tratada na sociedade geral e familiar. É gerado todo um discurso em torno do indivíduo acometido pela doença, de falta de moralidade social muitas vezes comparada a outras enfermidades físicas consideradas mais agressivas como o câncer. Ora como pode um indivíduo dizer-se triste, muitas vezes sem conseguir explicar o porquê, sendo que muitas outras pessoas no mundo a todo o momento morrem de câncer, fome, guerras, etc.? É neste momento que entra o papel da sociedade, principalmente no âmbito familiar, no auxílio do tratamento da doença. Os próximos ao doente devem deixar de lado o tabu moral, e buscar entender e compreender o que levou a esta situação, pois a posição dos entes familiares é fator muitas vezes crucial para a evolução ou retrocesso da doença.
Publicado
2018-01-16
Edição
Seção
Resumo