O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNAS

  • Natanaele Christinni COTTA
  • Nicole Martins BROCCA
Palavras-chave: Exploradores de Caverna. Réus. Julgamento. Leis Naturais.

Resumo

Uma obra fictícia que acontece em 4299, conta a história de cinco homens membros de uma organização amadorística de exploração de cavernas. Durante uma destas explorações, os homens já longe da entrada da caverna ocorrem um desmoronamento que fecha a única entrada deixando-os presos. Conforme foi passando o tempo e os homens não retornavam para suas casas, as famílias notificaram a organização, que através de indicações deixadas pelos exploradores, encontraram a caverna e prontamente enviaram uma equipe de resgate ao local. A equipe teve muitas dificuldades, uma delas é que durante as tentativas ocorreram novos desmoronamentos, e em um deles, dez operários morreram. No vigésimo dia, a partir da ocorrência do desmoronamento, a equipe descobriu que os exploradores possuíam escassas provisões, mas também estavam com um rádio que facilitaria a comunicação. Prontamente a equipe de socorro instalou no acampamento um aparelho semelhante para que fosse possível a comunicação. No primeiro contato através do rádio, os exploradores presos na caverna questionaram a equipe de socorro quanto ao tempo que levariam para libertá-los, e a resposta foi que seria necessário ao menos mais uns dez dias, pois estavam com muitas dificuldades devido aos desmoronamentos que continuavam ocorrendo. Devido às circunstâncias, um dos exploradores questiona o médico presente na equipe se teriam chance de sobreviver por mais dez dias sem alimento, e a resposta, é que seria pouco provável. Oito horas após receberem esta resposta, um dos espeleólogos, Roger Whetmore, falando em seu nome e representando os demais exploradores presos na caverna, indagou aos médicos se sobreviveriam caso se alimentarem da carne de um deles, questão que foi respondida afirmativamente pelo coordenador dos médicos. Whetmore ainda perguntou se seria correto decidir na sorte quem seria sacrificado, mas neste caso os médicos se abstiveram da resposta, assim como as autoridades judiciais e os sacerdotes.  Depois disso, não se teve mais comunicação. Quando os homens enfim foram libertados, soube-se que Whetmore havia sido morto para servir de alimento e garantir a sobrevivência dos demais homens. Após o resgate dos quatro sobreviventes, estes fizeram declarações sobre o que ocorreu dentro da caverna, e contam que Whetmore quem sugeriu que se alimentassem da carne humana de um deles para que os demais tivessem chance de sobreviver, e para esta escolha, tirassem a sorte. Contaram também que de início hesitaram, mas como seria praticamente impossível sobreviverem sem esta alternativa, concordaram com Whetmore. Porém, antes de lançarem os dados para decidir, Whetmore voltou atrás em sua decisão, querendo adiar em uma semana, mas que eles não aceitaram entendendo que Roger estava quebrando um acordo. Sendo assim, na sua vez de jogar os dados, outro homem jogou por ele. Quando questionado se ele teria alguma objeção quanto a isto, Whetmore declarou não ter objeções, portanto, ele acabou perdendo, e desta forma deveria ser morto para servir de alimento aos outros exploradores, e assim cumpriram o acordo. Após resgatados, os exploradores foram levados para um hospital, onde passaram por tratamento para desnutrição e também por tratamentos psicológicos,mas ao serem liberados, os espeleólogos foram indiciados pelo homicídio de Roger Whetmore. Primeiramente foram acusados e condenados por homicídio doloso. A única salvação poderia vir do Chefe do Poder Executivo, que através de clemência poderia conceder a comutação da pena. Teve a dissolução do júri, onde foi solicitado que a pena de enforcamento fosse revertida para prisão de seis meses. O julgamento chegou ao Tribunal de Segunda Instância, e os ministros do júri se manifestaram neste recurso de apelação, conforme podemos verificar: Foster não concordava com a condenação, pois para ele os acusados não estavam em sociedade, por estarem dentro de uma caverna, então neste caso as leis legais não deveriam ser aplicadas, ou seja, neste caso entrariam as leis naturais, pois aqueles homens cometeram o homicídio apenas para garantir a própria sobrevivência. Já Tatting, recusa-se a participar da decisão do caso, pois alega estar muito envolvido emocionalmente, e muito abalado com o que os exploradores passaram dentro da caverna, mas ao mesmo tempo tem o sentimento de repúdio em relação ao canibalismo cometido pelos réus. Sendo assim, ele se abstém de votar. Keen, o terceiro ministro, diz que se faz necessário aplicar a lei, sem lacunas e sem objeções. Apesar de dizer que se pudesse, liberaria todos, pois estes já haviam sofrido demais. Mas, por alegar que seu trabalho é legal e não moral, vota para condená-los. O quarto ministro, Handy, vota para absolvê-los. Handy leva muito em conta o senso comum e a opinião das pessoas, que acreditavam no fato de que os réus estavam fora da sociedade, então não poderiam ser julgados por atitudes que tomaram para sobrevivência. Desta forma encerram-se os apelos, mas com a divisão da Suprema Corte que fica igualmente dividida, acaba sendo mantido o primeiro resultado, onde os quatro réus são condenados a forca e executados, no ano de 4300.
Publicado
2018-01-09
Seção
Resumo