PASSAGENS DO PARADIGMA DO SER HUMANO MÁQUINA AO SER HUMANO INFORMAÇÃO: REFLEXÕES INICIAIS.

  • Lucas Eduardo MATHIAS
  • Ana Paula MYSZCZUK

Resumo

No decorrer do século XVII, na Europa, se construiu a tradicional ideia da separação entre o mundo natural e o mundo artificial. Essa visão surgiu na Física e na Cosmologia e foi, desde logo, apropriada pelos filósofos para reexplicar o homem e a sociedade em termos sistêmicos e mecânicos. De um lado está o ser humano, o componente do mundo natural e, de outro, estão as coisas feitas pelo homem, os componentes do mundo artificial.  Há uma divisão no próprio ser humano também. De um lado está sua mente, muitas vezes confundida com sua alma, e de outro seu corpo, que pode ser explicado, analisado e comparado a uma máquina hidráulica. Essas duas faces do ser humano eram consideradas completamente separadas. Corpo e mente são independentes, no corpo reside a materialidade e finitude humana, já na mente, residiria a essência do ser humano, sua consciência, seu “eu”. Novas formas de entender e explicar a ciência e o conhecimento vem surgindo desde o final do século XIX. Novas formas de interpretar o que é ser humano (natural) e máquina (artificial).Essa desmaterialização do ser humano, traz-nos as maiores dificuldades na área jurídica e na compreensão dos fenômenos organizacionais contemporâneos. Isso se deve ao fato de que toda a construção dos “sistemas” jurídico e organizacional se deu sob o paradigma mecânico-eletrônico, ou ainda, sob o “mundo palpável”, e só funciona perfeitamente sob as bases desse paradigma.
Publicado
2017-01-30