A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO

  • Artur Nunes Neto
  • Claudia Corpa
  • Suitberta Mibach
  • Fernando Barros

Resumo

Desde os primórdios da civilização até os dias atuais, a mulher sofre com a discriminação e impossibilidade de atuar no cenário profissional. A posteridade registrou fatos impressionantes que oprimiram a mulher durante muitos anos e afugentaram seus sonhos e aspirações, oferecendo-lhe um espaço restrito e limitado à prática doméstica. A participação da mulher no mercado de trabalho teve início com a I e II Guerras Mundiais conforme PROBST cita: A participação da mulher no mercado de trabalho teve início com as I e II Guerras Mundiais. Os homens iam para as batalhas e as mulheres assumiam os negócios da família, consequentemente a posição de seus maridos no mercado. Quando a guerra acabou, muitos homens haviam morrido, e os que sobreviveram, ficaram impossibilitados de trabalhar, pois tinham sido mutilados. Dessa forma, houve a necessidade de as mulheres deixarem suas casas e filhos para fazer o trabalho que antes era realizado pelos homens. (PROBST, 2003, p.1) Sendo considerado um movimento social de interesse de ambas as partes (indústria e mulheres), a mulher teve uma longa peregrinação na busca de um espaço na sociedade, marcada pela precariedade, preconceitos e dificuldades, trabalhavam muitas horas por dia; elas estão em sua maioria em profissões chamadas de “guetos” femininos. Apesar da discriminação sofrida pelas mulheres no mercado de trabalho, elas derrubaram preconceitos, criaram sua própria rotina de trabalho fora do limite doméstico. No século XIX, com a consolidação do sistema capitalista inúmeras mudanças ocorreram na produção e na organização do trabalho feminino. Com o desenvolvimento tecnológico e o intenso crescimento da maquinaria, boa parte da mão-de-obra feminina foi transferida para as fábricas. Desde então, algumas leis passaram a beneficiar as mulheres. Hahner (1978, p.95) salienta que, no século XIX, as mulheres eram empregadas em número crescente nas indústrias brasileiras, especialmente as têxteis, sendo que seus salários ainda estavam muito abaixo dos já pequenos vencimentos pagos aos homens. No Brasil, as primeiras profissões exercidas pelas mulheres foram enfermeiras, secretárias e professoras, as quais se mantêm com grande participação feminina até hoje. Durante esse processo de inserção da mulher no âmbito profissional, muitos problemas foram surgindo, tais como: o que seria trabalho de mulher e de homem, ou seja, mais uma vez o preconceito vem à tona e diferenciam ambos os sexos. Apesar desses fatos, percebemos que houve crescimento da inserção delas no mercado. Teixeira fala sobre esse crescimento: Nos últimos cinquenta anos um dos fatos mais marcantes ocorridos na sociedade brasileira foram à inserção crescente das mulheres na força de trabalho. Este contínuo crescimento da participação feminina é explicado por uma combinação de fatores econômicos e culturais. Primeiro, o avanço da industrialização transformou a estrutura produtiva, a continuidade do processo de urbanização e a queda das taxas de fecundidade, proporcionando um aumento das possibilidades das mulheres encontrarem posto de trabalho na sociedade. Em 1957, 129 operárias de uma fábrica de tecelagem em Nova Iorque entraram em greve, por uma nova postura de comportamento perante a sociedade e consciente de sua força e atos, ocupando a fábrica para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas diárias para 10 horas. Estas, que trabalhavam por 16 horas diárias, recebiam um valor menor que um terço do salário dos homens. Essas trabalhadoras que estavam ali para resgatar seus direitos, foram fechadas no interior da fábrica onde, se deflagrou um incêndio que provocou a morte de todas carbonizadas, na data de 08 de março de 1957. Após tragédia, foi designada esta data como Dia Internacional da Mulher.
Publicado
2017-01-31