AS RELAÇÕES DE PODER DE MICHEL FOUCAULT E A MULTIPLICIDADE DA MORAL NA OBRA DE GEORGE MARTIN: A GUERRA DOS TRONOS

Resumo

Rotineiramente associamos poder à elocução de soberania, força e manipulação. Contudo, para o filosofo contemporâneo Michel Foucault, não há um poder absoluto e centralizado. Segundo ele, o poder tal como imaginamos não existe e nunca existiu, o que existe são relações de poder, ou seja, o poder é descentralizado e se manifesta em todas as relações humanas. Entretanto, ele acreditava que, diferentemente da ideia equivocada que temos de que o poder nos tira a liberdade, o ser humano deveria ter plena consciência das relações de poder existentes para poder exercer a sua liberdade inata, que segundo ele era inalienável, somente sendo tomada no momento em que consentimos, justamente por isso faz se mister saber diferenciar os fundamentos do poder. Indubitavelmente a ideia de Foucault sobre o poder não é de fácil compreensão, por conseguinte um dos objetivos do presente artigo é elencar a sua teoria dentro da obra de ficção cientifica do autor George Martin: A Guerra dos Tronos. A obra é baseada no período medieval, seu enredo é amplamente diversificado, há um rei, vários clãs familiares, cavaleiros e vassalos. Tem como tema central a disputa pelo intitulado “Trono de Ferro”, logo a maioria das relações existentes na história advêm de interesses de dominação. O livro certamente destina-se apenas para adultos, pois encontraremos temas como, inveja, adultério, incesto, casamentos forçados, mentiras, desejos de vingança, etc. Estabelecendo-se um link com a ideia de Michel Foucault, o presente artigo tem conjuntamente como escopo adentrar na multiplicidade da moral, demonstrando, através da concepção dos personagens relevantes da obra, como o conceito de moral pode ser entendido sob diversos campos de visão, o que torna impossível denominar a moral em um conceito único e verdadeiro.