MEMÓRIA E MAGIA: FELICIDADE INVOLUNTÁRIA EM MARCEL PROUST

Autores

  • Tarik Vivan Alexandre

Palavras-chave:

Proust, Felicidade, Extratemporal, Magia, Involuntário

Resumo

O presente artigo pretende a partir dos textos de Marcel Proust compreender a proposta da extratemporalidade como uma busca pela felicidade, abordado em O Tempo Redescoberto. Para tal, investigamos este tema à luz da leitura de dois textos fundamentais: Walter Benjamin em A Imagem de Proust e Giorgio Agamben com Magia e Felicidade. A partir do processo da redescoberta proustiana pela memória involuntária, a extratemporalidade se torna o instante pelo qual é possível o acontecimento da redescoberta como causadora de uma felicidade. Considerando a felicidade como fim no pensamento rememorante de Proust e esta redescoberta como criadora vemos o novo, portanto, como parte deste movimento. Estabelece-se uma ponte entre a felicidade e a magia, suscitando uma dimensão comunicante para com a proposta de Proust auxiliando no esclarecimento na leitura do autor da Recherche uma vez que o estabelecimento de uma nova experiência narrativa propicia a formação de uma nova história. Podemos concluir que a tarefa da literatura para Proust, muito antes da descrição ou do registro de memórias, é, sobretudo, a demonstração da experiência do tempo que não se compõe pela linguagem no seu sentido mais estrito e sim como vivência, expressão de sentimentos e gestos que pertencem a esfera do tempo entrecruzado.

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Publicado

01-01-2018