Comunicação Terapêutica como disciplina facilitadora do processo ensino- aprendizagem do acadêmico de enfermagem

  • P. J.C.F.de Lima
  • V. R.R. Salmon
  • C. da Cruz Soares
  • G. A. F. V. de Marés

Resumo

Um relacionamento efetivo entre enfermeiro e paciente, tem sido um tanto buscado e desejado no ensino das disciplinas de enfermagem. Mas a quem cabe o ensino dos conteúdos que darão embasamento para a realização do relacionamento interpessoal do aluno, futuro profissional de enfermagem?Não raro o corpo docente se vê envolvido em discussões a respeito da importância de tal assunto, da necessidade de abordá-lo profundamente nos cursos de enfermagem, uma vez que os profissionais desta área, interagem constantemente com o ser humano, seu objeto de trabalho. Ouvimos com muita frequência, profissionais discutirem que não cabe ou não é possível abordar conteúdos de comunicação terapêutica nas disciplinas básicas, percebendo que estes deveriam ser ministrados na disciplina de Saúde Mental . Este entendimento por parte de alguns docentes é muito preocupante, pois, na enfermagem, a comunicação é um instrumento básico do cuidado. Para a execução de todas as atividades a comunicação faz-se necessária, seja para orientar, informar, apoiar, confortar ou atender o paciente diante de suas necessidades básicas ou mais complexas. Desta forma, é exatamente isto que evidencia a relevância do estudo desse tema.Como acontece em todas as profissões onde a relação entre seres humanos é básica, para o caminhar acadêmico do aluno de enfermagem, é necessário que esta disciplina seja trabalhada nos primeiros semestres da vida acadêmica, como disciplina única e isolada. Assim, será possível auxiliar o aluno em seu processo de ensino aprendizagem, a esclarecer suas dúvidas e reduzir suas inseguranças, que surgirão durante a realização da disciplina seja em, discussões teóricas sobre o relacionamento enfermeiro-paciente seja nas, aulas de laboratório experimentais que aproximarão aluno da vivencia prática.Objetivos: Refletir sobre a disciplina de Comunicação Terapêutica como facilitadora do processo ensino-aprendizagem do acadêmico de enfermagemMetodologia: Em nossa Instituição, a disciplina é ofertada no segundo período, sendo uma das primeiras disciplinas específicas que os alunos experienciam. São 40 horas semestrais, Durante a realização das atividades práticas quando são propostas dinâmicas e estratégias como estímulo para vivencia de situações de relacionamento enfermeiro-paciente , fica clara a insegurança e as dificuldades que os alunos experienciam, por não saberem como abordar o paciente e manter um diálogo com ele ou, simplesmente, o que fazer.Resultados.O relacionamento que se desenvolve durante o processo de cuidado, não é uma atitude mecânica. O paciente não deve ser visto apenas como um objeto de trabalho para a equipe de enfermagem, pois, assim, somente algumas necessidades dele serão satisfeitas. O relacionamento terapêutico depende do comportamento e atitudes de cada profissional. O enfermeiro, a partir da comunicação desenvolvida com o paciente, identifica suas necessidades, informa sobre procedimentos ou situações que ele deseja saber, promove o relacionamento do paciente com outros pacientes, com a equipe multiprofissional ou com familiares, promove educação em saúde, troca de experiências e mudança de comportamentos, entre outros. Estas ações é que tornam a comunicação terapêutica.Nessa linha de pensamento, pondera-se que esta abordagem inicial dos conteúdos de comunicação terapêutica, nos primeiros semestres da vida acadêmica do aluno de enfermagem, possa facilitar o processo de ensino aprendizagem, ao esclarecer suas dúvidas e reduzir suas inseguranças, por meio da discussão teórica sobre o assunto e de atividades práticas que permitem a vivencia experimental em um período que antecede o início dos estágios.
Publicado
2015-04-10
Seção
Artigos